segunda-feira, 23 de julho de 2007

O paradoxo do agronegócio

O agronegócio vive um paradoxo midiático, que lhe imprime uma marca de irresponsabilidade, neste caso, nem ambiental, nem social, mas econômica, também um dos tripés da sustentabilidade.

Isso pelo seguinte. Nas páginas dos grandes jornais, o setor - mesmo após períodos de crise de preços, dólar baixo, problemas climáticos, casos de febre aftosa e outra mazelas - ainda aparece como o mais dinâmico da economia, responsável pelo superávit da balança comercial, registrando aumento de postos de trabalho, entre outras boas notícias.

Por outro lado, também é possível ler nos mesmos jornais, os produtores rurais pedindo renegociação de dívidas. Alguma coisa está errada. Como podem os atores do setor mais pujante do País estarem de chapéu na mão pedindo prorrogação de vencimentos para seus credores (governo e setor privado)?

Independentemente se os produtores têm culpa ou não, se ainda têm o desafio de aprender a gerir sua atividade como negócio, se sofrem até hoje efeitos de planos econômicos desastrosos, a questão é que neste caso também falta comunicação.

Falta, novamente, informar ao meio urbano, querendo ou não, o que forma opinião e cria massa crítica para tomada de decisões de políticas públicas e negócios, que toda esta rentabilidade imputada ao agronegócio não chega ao seu agente básico, o produtor rural.

Os dividendos não são distribuídos de forma equilibrada entre os elos da cadeia produtiva do setor e os produtores acabam permanecendo com a pecha de coronéis caloteiros. Falta expor isso, trazer estas questões à tona, oferecer informações, dados, análises, que dêem aos mais diversos públicos estratégicos do setor maior sintonia com relação à realidade do agronegócio.

Com mais conhecimento, o julgamento deste ser imaginário, mas crucial para imagem-reputação, chamado Opinião Pública, talvez seja diferente acerca do perfil dos produtores rurais. A reflexão e o desafio estão propostos!

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