quinta-feira, 12 de junho de 2008

Agronegócio lança manifesto pela sustentabilidade na Conferência Ethos

Representantes do setor produtivo do agronegócio brasileiro lançaram na Conferência Internacional Ethos 2008, realizada em maio, manifesto em favor do Desenvolvimento Sustentável.

Com a iniciativa, as cadeias produtivas do agronegócio representadas pelas entidades que integram o ARES (Instituto para o Agronegócio Responsável) assumiram publicamente o compromisso em estabelecer o diálogo com a sociedade civil, para em conjunto desvendar os caminhos da sustentabilidade com base na realidade e no conhecimento.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A imagem do setor rural é a soma de todas as suas imagens

Os relatos de desmatamento na Amazônia colocam o agronegócio como um dos vilões pela derrubada floresta. Isso pelos casos de pecuária bovina e lavouras, especialmente de soja, que avançam na região. O setor rural organizado afirma peremptoriamente que é totalmente contra quem desmata e que as pessoas que fazem isso não pertencem aos seus quadros.

Porém, as lideranças do setor precisam ter consciência que querendo ou não, para a Opinião Pública, quem derruba uma árvore na Amazônia, para plantar soja ou criar gado, será taxado de produtor rural.

Neste caso, na percepção de públicos estratégicos, principalmente os de pressão, de fora do setor, aquele produtor que é associado à alguma entidade rural, respeita legislação ambiental, regras trabalhistas, faz trabalhos de responsabilidade social, pertence ao mesmo grupo daquele que desmata ilegalmente ou usa trabalho escravo. É o velho ditado que uma laranja podre estraga toda a caixa.

O setor rural precisa entender que a imagem do setor é a soma de todas as suas imagens. Logo, suas entidades têm que atuar em três frentes: A primeira é dialogar com seus pares a fim de estabelecer alguma estratégia de comunicação que chegue aos agentes do desmatamento, queiram eles sejam ou não ligados ao setor rural organizado. É responsabilidade das lideranças do agronegócio dizer a estas pessoas que o desmatamento ilegal é crime.

A segunda é dialogar com a sociedade civil com objetivo de informá-la que os agentes do desmatamento não são ligados ao agronegócio, são sim criminosos. E a terceira é também dialogar, só que desta vez com o governo para que fiscalize e proíba os crimes ambientais, que são cometidos na Amazônia. Um ponto crucial é que a ausência do Estado abre brechas para o desmatamento.

Aqui vale destacar também que para a Opinião Pública, mais uma vez, pouco importa se é bioma amazônico ou Amazônia Legal, convenção legal que abriga estados do centro-oeste e da região norte. Tudo é Amazônia e na Amazônia a produção tem que ser sustentável.

Desta forma, bater no discurso que a produção rural, ao menos grandes lavouras de soja ou criações de gado, na Amazônia ocorrem na Amazônia Legal e não no bioma também não é adequado. O grande desafio é dar valor à floresta em pé. É dar viabilidade econômica as mais de 20 milhões de pessoas que moram lá.