sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Pesquisa relativa à responsabilidade socioambiental ignora o agronegócio

Levantamento realizado pela empresa de pesquisa de mercado e opinião publica Market Analysis sobre a percepção dos consumidores acerca da participação das empresas brasileiras nas questões relativas à responsabilidade socioambiental ignorou o agronegócio. Ou ao menos "escondeu" o setor sob o guarda-chuva de outro. E isso é problema de imagem.

Se um estudo que procurou analisar a responsabilidade socioambiental corporativa não destacou o agronegócio é sinal que o setor não está sendo percebido como importante. Há um duplo desafio. Primeiro, o básico, de ser visto como relevante. E o segundo, claro, de ser compreendido como sustentável. De todo modo, vamos aos dados da pesquisa.

As empresas do setor químico, centrais nucleares e produtoras de carvão ocupam as três primeiras posições do ranking como prejudiciais ao meio ambiente, registrando 78%, 77% e 74%, respectivamente. Continuando a lista, as petroleiras representam 69% e as mineradoras 67%, com quarta e quinta indicação. O resultado aponta que aproximadamente oito em cada dez brasileiros enxergam as empresas atuantes nesses setores como responsáveis por danos ao ecossistema.

Ainda nas posições de risco estão montadoras de automóveis (61%), empresas de alumínio (53%) e fornecedoras de gás natural (47%), também consideradas peças-chave na degradação do planeta. Na opinião dos brasileiros, o mercado de informática/TI (31%) e financeiro (19%) ocupam os dois últimos postos.

Para Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis, em um contexto de alta visibilidade e sensibilidade sobre a questão ambiental e as mudanças climáticas, os consumidores estão amadurecendo as opiniões sobre o assunto.

"Percebe-se que a população está se preocupando em beneficiar, ou não, com seu poder de compra empresas ambientalmente responsáveis, assim como também tolerar - quando não apoiar abertamente -, uma maior intervenção do governo na esfera privada. O objetivo é minimizar prejuízos ambientais, além disso, o fato de uma empresa ou setor ser visto como passivo ambiental ou ter culpa pelo aquecimento global, representa um claro fator de risco", explica Echegaray.

* Para visualizar o ranking completo dos setores clique aqui.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Software promete medir indicadores de responsabilidade social empresarial

A BDO Trevisan, a Itautec e a InfoQuality fecharam parceria que resultou no lançamento de um software que promete medir e avaliar o desempenho de projetos e ações de responsabilidade social nas empresas (RSE).

Batizado de Syscore, o programa, produzido pela InfoQuality, usa técnicas de gerenciamento de informações, que segundo os idealizadores, são capazes de fornecer mapeamentos e gráficos baseados em metas e parâmetros de RSE definidos pela empresa.

De acordo com a InfoQuality, o software também realiza medições para todos os envolvidos nos projetos sociais, integra as iniciativas de RSE à estratégia da organização, bem como oferece ao gestor monitoramento em tempo real do setor ou responsável por qualquer indicador. Além disso, o programa auxilia ainda na elaboração de relatórios de sustentabilidade.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O líder sustentável deve transformar antagonismo em sinergia

(...) as organizações da sociedade civil precisam deixar de ver as empresas como destruidoras contumazes, as empresas precisam deixar de enxergar nos governos elefantes burocráticos, ineficientes e relapsos, e os governos devem olhar para as organizações da sociedade civil como aliados e não ‘abraçadores’ de árvores ingênuos ou porta-vozes inconvenientes da discórdia. É papel dos líderes em sustentabilidade transformar antagonismo em sinergia.

* Ricardo Voltolini é diretor de redação da revista IdéiaSocial e consultor de Idéia Sustentável

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Sustentabilidade: o valor intangível que vale milhões

* Rogerio Ruschel é diretor executivo do Instituto Brasil Verdade. Presidente da Ruschel & Associados Marketing Ecológico, foi professor universitário por mais de 25 anos, é coordenador do Prêmio Ambiental von Martius, da Câmara Alemã, jornalista e autor dos livros “Guia Ruschel de Ecologia”, "A caminho do desenvolvimento sustentado" e do “Glossário de Informações Ecológicas para Jornalistas”.

Frequentemente ouço empresários dizerem que a busca por sustentabilidade socioambiental por uma empresa atrapalha sua necessária busca por lucro; que meio ambiente atrapalha o desenvolvimento – a chamada “Síndrome do Bush”; que a sustentabilidade socioambiental de uma empresa é um valor intangível que não dá lucro. Estão todos equivocados – e perdendo dinheiro, muito dinheiro.

Na verdade ainda existem pessoas que não dão valor a valores intangíveis. Para situá-los, lembraria o livro “The Business Case for Corporate Citizenship” (Arthur D. Little, 2002), que informa que em 1981 o valor das companhias relacionado a intangíveis era de 17%, e que este valor saltou para impressionantes 71% em 1998 - e deve ser ainda mais elevado neste princípio de Século XXI porque em muitas empresas a marca ou a sua cultura empresarial é seu maior patrimônio.

Intangivel é algo no qual não podemos tocar, como solidariedade, alegria e “o jeito de ser” de uma pessoa. Do ponto de vista da Cultura, a experiência acumulada de valores como esses, impressa no DNA de uma sociedade que constitui uma Nação, é um bem intangível. E isto vale dinheiro? Sim, até mesmo no Brasil: o Ministro Gilberto Gil propôs o tombamento de intangibilidades da cultura brasileira como bens sobre os quais será possivel aplicar legislação de incentivo fiscal, como uma obra de arte, um filme e a publicação de um livro, bens tangíveis, nos quais se pode tocar.

Credibilidade, confiança, honestidade e reputação também são valores intangíveis. Mas podem ser valorados? Sim: a preferência de uma pessoa – no papel de cidadão, eleitor ou consumidor - por uma proposta, um candidato ou empresa que demonstrem ou ofereçam estes valores é fácilmente tangibilizada em números. Alguns exemplos: os quase 100.000 sócios da Fundação SOS Mata Atlântica, os mais de 500.000 votos do Deputado Fernando Gabeira, ou ainda a preferência pela compra de produtos mais caros de uma empresa “conhecida” significam valor econômico.

Ou seja: valores intangíveis podem se transformar facilmente em vantagem competitiva para pessoas e para empresas e o mundo dos negócios oferece exemplos concretos – o mais conhecido é o preço que uma marca pode alcançar, mesmo quando todo mundo sabe que este valor não corresponde a ativos mensuráveis como um equipamento, um prédio ou um caminhão.

A lógica de mercado

Investidores já descobriram isto: ações de empresas com reputação de sustentabilidade socioambiental têm alcançado valorização superior em até 12% em relação às ações de empresas sem este valor intangível. Quem oferece este número é uma comparação da evolução histórica do valor das ações de empresas listadas nos índices DS 400 – Dow Jones Sustainability (sustentáveis) e S&P 500 (convencionais) situada em média, em torno de 6% nos últimos 10 anos – o que também explica a “fila de espera” por empresas brasileiras que desejam participar do ISE da Bovespa.

Outro exemplo? O IFC – International Finance Corporation, braço financeiro do Banco Mundial, ofereceu autonomia ao Banco Real/ABN-AMRO na análise de risco de empréstimos do produto Financiamento Socioambiental IFC a empresas. Certamente além de prestigio, esta exclusividade se transformou em um grande diferencial competitivo, reduzindo custos e permitindo agilidade.

Esta valorização significa também uma vantagem competitiva para as empresas, e um exemplo claro é que as taxas de financiamento dos grandes bancos – e até mesmo do estatal BNDES – têm índices menores para empresas com reputação (e prática) de sustentabilidade socioambiental.

Tudo isto está perfeitamente de acordo com a lógica do mercado, porque emprestar dinheiro para empresas que têm equipamentos modernos (com menor risco de acidentes e multas), funcionários motivados (com menos processos trabalhistas, menor custo de atração e manutenção de talentos) e programas de redução de consumo de energia e matéria-primas (que reduzem custos operacionais) é mais barato.

Investir na intangibilidade dos fornecedores também melhora a tangibilidade dos lucros: como a legislação prevê a co-responsabilidade em relação a problemas apresentados por produtos no mercado, empresas que investem ou incentivam a qualificação socioambiental de seus fornecedores ou clientes também têm vantagens fácilmente contabilizáveis. Isto é óbvio: ao diminuir o risco de meu “sócio na legislação” de oferecer um produto com problemas potenciais de saúde ou segurança, o meu risco também diminui. As montadoras de automóveis, frequentemente obrigadas a fazer recalls que o digam…

Inovação e sustentabilidade

Outro valor que resulta da adoção de políticas de sustentabilidade socioambiental por uma empresa é a inovação. A inovação – que alguns consideram um valor intangível - também é fácilmente tangibilizável e é frequentemente apontada como um dos fatores determinantes da competitividade no atual mundo globalizado. O sucesso de empresas que adotam a inovação como valor corporativo, como as badaladas GE e Apple, é considerado benchmark de mercado.

Mas fiquemos com um exemplo mais próximo e totalmente cartesiano: a Incubadora de Fundos Inovar, criada pela FINEP para estimular a criação de fundos de venture capital no Brasil já possui R$ 600 milhões em 13 fundos, que juntos investiram em cerca de 50 empresas inovadoras. E com que resultados? Em apenas 4 anos a FINEP recebeu mais de tres vezes o valor investido, com uma Taxa Interna de Retorno de 42,68% anuais.

E quando a inovação está “casada” com sustentabilidade socioambiental, o retorno pode ser otimizado. Esta potencialidade tem chamado a atenção de organizações como o Programa New Ventures Brasil, parceria do World Resources Institute com o GVces - Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas de São Paulo e de players de mercado, como o fundo Stratus VC III.

Valores intangiveis – alguns considerados até mesmo “filosóficos” - podem ser dimensionados por ferramentas como os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial ou as Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade GRI G3, da Global Reporting Initiative, e medidos por pesquisas de perfil econômico ou metodologias mais complexas.

A pesquisa “Responsabilidade social das empresas – percepção do consumidor brasileiro”, realizada pelos Institutos e Ethos, é um exemplo de medição. Na Edição 2005, por exemplo, 86% dos entrevistados afirmaram que “seu respeito por uma empresa aumentaria se ela fosse parceira de uma ONG ou instituição de caridade para ajudar a resolver problemas sociais”.

O Balanced Score Card é outro método. Idealizado por Robert S. Kaplan, da Harvard Business Review em 1996, o BSC se propõe a medir valor nas organizações, estabelecendo uma métrica tangibilizável. É complexo por natureza e exige alta qualificação de aplicadores e disciplina da organização.

O valor da sustentabilidade

Valores intangíveis derivados da busca pela sustentabilidade elevam a lucratividade de uma empresa no longo prazo. Algumas pessoas ainda não acreditam nisso, mas superado o período de investimento nos “intangíveis filosóficos” da sustentabilidade, o lucro é líquido e certo.

A mais completa tangibilização de valores intangíveis da sustentabilizada que conheço foi realizada por Bob Willard, ex-vice-presidente da IBM canadense e diretor da The Natural Step naquele país. Publicada no livro “The Sustainability Advantage”, de 2002 e apresentada no Brasil em março de 2005 no seminário “Global Mindchange Forum”, faz uma mensuração dos benefícios de uma empresa ao adotar os principios de sustentabilidade socioambiental: um aumento potencial do lucro de 38% e um pontencial benefício de aumento de produtividade de 8%.

Com a ajuda de profissionais cartesianos das maiores empresas canadenses, Willard contabilizou benefícios em 7 grupos:

# redução dos custos de produção (como energia, água, matérias-primas)

# redução das despesas na administração (como energia e materiais de consumo)

# aumento no rendimento (que pode levar a empresa a diminuir a margem e aumentar o share)

# redução de riscos (que proporciona menores taxas de financiamento e leasing)

# redução do aumento dos custos (desacelera espirais de aumento ao inserir fornecedores no processo)

# redução dos custos de atrito (como multas por infrações ambientais, processos trabalhistas, TACs – Termos de Ajuste de Conduta – e no Brasil, custos para subornar fiscais…)

# e aumento na produtividade dos empregados (baseado em menores custos de captação, manutenção e treinamento e em maiores facilidades em atrair talentos, entre outros)

O livro de Bob Willard não está disponivel em português, mas pode ser conhecido neste site.

Se uma empresa, ao adotar valores intangíveis de sustentabilidade socioambiental tem potencial para aumentar seu valor de mercado em até 12%, seu lucro em até 38% e a produtividade em até 8%, parece claro que valores intangíveis podem realmente ser o bem mais valioso desta empresa. E que quanto mais bonzinho com as pessoas e o meio ambiente for uma empresa, mais lucro ela poderá ter. Você ainda duvida?

Congresso Brasileiro de Agribusiness discute a sustentabilidade no agronegócio

Felizmente, a sustentabilidade está na agenda do agronegócio. Discutir o tema é, ao menos, sinal que o setor começa a dar atenção ao assunto. Na próxima semana, o 6º Congresso Brasileiro de Agribusiness, promovido pela Abag e que será realizado na capital paulista, dedica um painel do seu segundo dia para a questão.

Na terça-feira (28) às 9h, o painel intitulado “Sustentabilidade” terá como palestrante Ricardo Young Silva do Instituto Ethos. O moderador será Roberto Waack (Amata), que está coordenando o Ares (Instituto para o Agronegócio Responsável). Os debatedores serão: José de Menezes Berenguer Neto (Banco ABN Amro), Ocimar Villela (Amaggi), Ricardo Veluttini (Du Pont) e a diretora da Abag e Abag Ribeirão Preto, Mônika Bergamaschi. Para mais informações clique aqui.

Cuiabá sedia congresso sobre responsabilidade social e suas relações com a comunicação focada no agronegócio

A capital do Mato Grosso, Cuiabá, sedia nos dias 22 e 23 de novembro, o ECOCENTROOESTE, Congresso de Comunicação e Responsabilidade Socioambiental. O evento, organizado pela Ambiente Global, com apoio do Sebrae (MT), irá destacar a comunicação no meio rural e as estratégias de relacionamento na cadeia produtiva do agronegócio da região.

Segundo a empresa organizadora, uma comunicação eficiente de riscos ambientais diminui a vulnerabilidade de uma instituição, e no caso inevitável de uma crise, saber administrá-la parte do pressuposto do domínio das informações a serem tratadas. Portanto, se faz cada vez mais necessária a capacitação de profissionais para que se comuniquem (tanto externa, como internamente) de forma clara e segura. Para mais informações clique aqui.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Bunge lança hotsite sobre sustentabilidade

A Bunge é exemplo de empresa do agronegócio que investe em responsabilidade socioambiental. A despeito de correr à boca pequena que a empresa é uma das "controladoras" tanto da ponta inicial da cadeia produtiva do agronegócio, com a venda de insumos, quanto do elo subsequente à produção de dentro das fazendas, comprando dos produtores rurais, a Bunge promove políticas voltadas a disseminar a responsabilidade socioambiental. Deve servir de modelo.

A empresa lançou o hotsite "Sustentabilidade Bunge", com objetivo de facilitar a compreensão do assunto e promover o conhecimento junto ao público interno e externo. Segundo o gerente de comunicação e marketing corporativo da Bunge, Michel Henrique Reis dos Santos, o hotsite traz as políticas, atividades e projetos que a empresa desenvolve no País, no âmbito da responsabilidade socioambiental e desempenho econômico.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Consumidor aplica lei do menor esforço quando o assunto é responsabilidade social

Pesquisa do Instituto GFK Indicator em parceria com a "Revista Consumidor Moderno" revela que 78% das pessoas entrevistadas se sentem muito responsáveis pela preservação ambiental, enquanto 22% dizem que não se consideram responsáveis pelos cuidados com o meio ambiente.

“O estudo mostra que a população brasileira se considera co-responsável pelo bem-estar do meio ambiente e sabe que precisa contribuir para sua preservação. Esse pensamento reflete um maior acesso às informações e revela, ainda, que a população está mais estruturada”, afirma Roberto Meir, publisher da "Consumidor Moderno".

O levantamento aponta que 86% desses entrevistados acreditam que toda a sociedade, inclusive eles, são os principais responsáveis pela conservação ambiental. Em seguida, 6% consideram que as empresas são as responsáveis, 5% acham que é o governo e 2% dos entrevistados responsabilizaram outras instituições.

Porém, quando questionados sobre as ações realizadas para minimizar o impacto ambiental ao consumir ou adquirir determinados produtos, a surpresa: o consumidor, mesmo consciente de sua responsabilidade, só faz o que exige pouco esforço, como apagar as luzes ao sair de um ambiente e fechar a torneira enquanto escova os dentes.

Atitudes que exigem maior empenho como fazer a coleta seletiva de lixo, jogar baterias e pilhas em coletores especiais ou comprar produtos eletrônicos que consumam menos energia são as menos realizadas.

A pesquisa teve como objetivo entender como o consumidor brasileiro se comporta frente às novas demandas de consumo. Com abrangência nacional, contou com 298 entrevistados.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Mais uma obra acadêmica trata da sustentabilidade no agronegócio

Não será por falta de orientação acadêmica que a cadeia produtiva do agronegócio deixará de investir na sustentabilidade. Isso porque mais uma publicação sobre o tema chega às livrarias este mês.

Será lançado sexta-feira (17), às 19h, na livraria Paraler, no Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto (SP), considerada a capital brasileira do agronegócio, o livro "Agronegócios & Desenvolvimento Sustentável: Uma agenda para liderança mundial na produção de alimentos e bioenergia" da editora Atlas.

A obra tem coordenação editorial do professor Marcos Fava Neves do PENSA – Centro de Conhecimento em Agronegócios, programa da Universidade de São Paulo. Para mais informações: (16) 3977-6060 / promo.rp@editora-atlas.com.br.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sadia lidera grupo de trabalho com foco no desenvolvimento sustentável para agropecuária

A Sadia está liderando o Brazilian Business Coalition, grupo de trabalho, com foco no desenvolvimento sustentável para agropecuária.

Com a participação de outras empresas e organizações, como, por exemplo, Carrefour, Pensa-USP, Unilever, Bunge, Klabin, Nestlé, Sociedade Rural Brasileira (SRB), o BBC tem como objetivo estudar, debater e promover iniciativas que fortaleçam a sustentabilidade dos sistemas agroindustriais relacionados à produção e consumo de alimentos no Brasil.

Para o grupo, o conceito de sustentabilidade é formado por princípios que regem a produção e consumo de bens e serviços no presente de modo a não comprometer as necessidades e escolhas das futuras gerações, a saber:

# promover a riqueza, o bem-estar e relações de qualidade dos atores dos sistemas agroindustriais relacionados à produção de alimentos e das comunidades que com eles interagem;

# promover o consumo consciente;

# manter e melhorar o solo, a água e a biodiversidade;

# promover o uso de energias renováveis;

# evitar e prevenir a poluição por meio da redução dos efluentes hídricos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas.

O BBC é a versão nacional do Sustainable Food Laboratory (Food Lab), criado em 2004 para elaborar estratégias de sustentabilidade na cadeia de alimentos nas Américas Latina e do Norte e Europa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A percepção de agronegócio para o mundo é meio ambiente

Agronegócio para o mundo é meio ambiente, afirmou o professor José Luis Tejon Megido, especialista em agrobusiness pela Harvard Business School e coordenador do núcleo de estudos sobre marketing no agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), durante o painel "Marketing em Agronegócios", do II Simpósio Internacional de Administração e Marketing, realizado no final de julho, em São Paulo (SP).

Em sua exposição, Tejon apresentou conclusões de estudo, que checou quais são as "portas de entrada" na Internet para a palavra "agroenergia" em sites no idioma inglês e da língua portuguesa.

Segundo o professor, o levantamento revelou que em inglês se chega à palavra "agroenergia" principalmente por termos ligados a meio ambiente. Por sua vez, o acesso em português ocorre primordialmente por palavras relacionadas a "fontes de energia".

Isso, de acordo com ele, mostra que no exterior, a percepção de agronegócio é associada a meio ambiente e no Brasil o foco é fundamentalmente econômico. Para Tejon, o resultado deve servir de alerta para o Brasil. "A percepção no exterior de insustentabilidade socioambiental da cana-de-açúcar influi diretamente no negócio."

De acordo com o professor, pela primeira vez na história das relações do agronegócio o que vale é certificação de origem de processos e do produto. Tejon destacou que "o produto e serviço que vingará será o que estiver de acordo com o respeito social e ambiental."

Ele ressaltou que as barreiras comerciais serão cada vez mais técnicas, sanitárias, ligadas à qualidade. "Vivemos e viveremos uma guerra de marketing com base nestes critérios. Não haverá consumidor para quem explora mão-de-obra infantil e escrava ou para quem agride o meio ambiente."

Investir no valor adicionado

Tejon também citou números de faturamento do agronegócio mundial. Disse que o setor movimenta cerca de 7,8 trilhões de dólares por ano e a estimativa é que essa cifra suba para entre 10 e 11 bilhões até 2012.

Segundo o professor, o que mais cresce hoje na cadeia do agronegócio são as atividades "depois da porteira", ou seja, beneficiamento, transformação, distribuição, onde a matéria-prima é transformada. "É onde se ganha dinheiro."

De acordo com Tejon, há desconhecimento e falta de percepção do agronegócio brasileiro da importância que o exterior dá à comunicação e ao marketing. As mazelas do setor, esclareceu, sempre são exploradas internacionalmente, são alvos fáceis, mas não se vê trabalho no sentido inverso, que realce os diferenciais positivos do agronegócio nacional, com potencial para gerar percepções positivas.

Para o professor, o agronegócio brasileiro ainda entende comunicação como propaganda, não como relacionamento, para criação de vínculos de interesses mútuos com os públicos estratégicos. "Falta consciência disso, convicção para mudar e direcionar recursos para este desafio."

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Responsabilidade social é estratégia de negócio, aponta pesquisa

Questionados sobre qual definição dariam sobre responsabilidade social corporativa, a maioria dos empresários brasileiros - cerca de 56% - responderam: estratégia de negócios. Ao menos é o que aponta o segundo estudo BDO Trevisan de Responsabilidade Social Corporativa (RSC).

O levantamento, realizado entre dezembro de 2006 e março de 2007, coletou dados em 113 empresas de vários setores. Ponto negativo para ausência de empresas ligadas ao agronegócio. Talvez, para a BDO, o agronegócio seja irrelevante.

A pesquisa revela que a maioria das empresas reserva verbas para ações socioambientais. Segundo o relatório, 73% dos entrevistados confirmam a necessidade de um planejamento orçamentário para o desenvolvimento de projetos de RSC.

De acordo com o coordenador do trabalho, Mauro Ambrósio, sócio da área de sustentabilidade da BDO Trevisan, o objetivo é mostrar ao público em geral um retrato de como as corporações e seus gestores lidam com os conceitos de responsabilidade socioambiental.

"As organizações e seus líderes já perceberam que, num futuro bem próximo, não haverá lugar para empresas e negócios isolados dos conceitos de sustentabilidade, de preocupação com os grupos de interesse - os chamados stakeholders - e dos conceitos de pilares básicos de sustentação da governança", conclui.

Veja alguns trechos do estudo:

Setores:
Serviços 49 empresas (43%)
Indústria 52 empresas (47%)
Comércio 5 empresas ( 4%)
Associações/ 6 empresas ( 5%)
Terceiro Setor
Educação 1 empresa ( 1%)
Total 113 empresas (100%)

- Algum setor específico dentro da empresa responsável por assuntos de responsabilidade social?
Sim (64%) Não (35%) Sem resposta (1%)

- Sobre a definição de Responsabilidade Social Corporativa:
Continuidade de Negócio.........(47%)
Estratégia de Negócio..............(56%)
Filantropia.................................( 6%)
Veículo de Marketing................( 3%)
Sem resposta...........................( 1%)

- Dentro da empresa existe alguma prática de responsabilidade social corporativa?
Sim (88%) Não (12%)

- Empresas que fazem elaboração de relatórios ou balanços sociais ou algum tipo de informe
Sim (87%) Não (11%) Sem resposta (2%)

- Empresas que investem em treinamentos e capacitação como programas de capacitação profissional
Sim (91%) Não (7%) Sem resposta (2%)

- Possuem programas de melhoria no ambiente de trabalho e qualidade de vida dos funcionários
Sim (81%) Não (17%) Sem resposta (2%)

- Empresas que incentivam funcionários a trabalhos voluntários
Sim (81%) Não (17%) Sem resposta (2%)

- Orçamento da empresa destinado a segurança e educação do funcionário
1% da receita bruta...............24%
2% da receita bruta...............3%
3% da receita bruta...............3%
4% da receita bruta...............3%
5% da receita bruta...............1%
Outros....................................55%
Sem resposta........................11%

- Empresas que contratam portadores de deficiência
Sim (52%) Não (46%) Sem resposta (2%)

- Empresas que possuem critérios de recolocação de funcionários demitidos
Sim (37%) Não (61%) Sem resposta (2%)

- Possuem serviço de atendimento ao cliente
Sim (84%) Não (14%) Sem resposta (2%)

- Empresas que se preocupam com o Código de Defesa do Consumidor conscientizando seus profissionais da área de vendas
Sim (85%) Não (12%) Sem resposta (3%)

- Empresas que avaliam impactos de sua atuação na comunidade
Sim (71%) Não (28%) Sem resposta (1%)

- Empresas que investem e contribuem em projetos comunitários
Sim (89%) Não (11%)

- Empresas que utilizam incentivos fiscais para as áreas ligadas à Cultura
Sim (53%) Não (46%) Sem resposta (1%)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Programa Empreendedor Rural é exemplo de RSE no agronegócio

Os bons resultados no Paraná motivaram a expansão do Programa Empreendedor Rural (PER) para mais 13 estados e o Distrito Federal. Capitaneado pela CNA, com apoio do Senar e Sebrae, o esforço tem como objetivo estimular o empreendedorismo no campo, incentivando a implementação de projetos rurais e ensinando os produtores a avaliar a viabilidade e a sustentabilidade econômico-financeira e ambiental de cada um deles.

De acordo com o engenheiro agrônomo Fernando Peres, um dos idealizadores do programa, a proposta é ensinar ao produtor como "montar um projeto de negócios, se esse projeto é viável e se tem algum futuro".

Segundo disse Peres, em matéria publicada no jornal "Folha de São Paulo" de 31/07/2007, "o fato de muitas vezes o produtor rural não enxergar o que faz da terra como um empreendimento é um problema importante na agricultura de pequeno e médio porte no Brasil".

Na avaliação do engenheiro agrônomo, "além de enfrentar uma concorrência geralmente desleal, por exemplo, na hora de negociar com seus fornecedores, esse produtor é um dos responsáveis pela depredação ambiental no campo".


Está aí um exemplo de projeto que tem como missão o desenvolvimento sustentável, com base na responsabilidade socioambiental, como diferencial competitivo, o foco deste Blog.

Responsabilidade social das entidades em capacitar e qualificar quem elas representam. O produtor melhor instruído, em sintonia com as novas exigências do universo do agronegócio certamente não será àquele que se endividará no futuro, manchando a imagem do setor.

E responsabilidade ambiental pela ação de disseminar conhecimento que alie viabilidade econômica com preservação ambiental dos recursos naturais. O PER é um projeto que constrói vínculos saudáveis entre negócio, homem e meio ambiente, gerando frutos a todos. Em síntese, a essência da RSE.