quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Entidades lançam o Instituto do Agronegócio Responsável

Preocupadas com os impactos das questões socioambientais no universo do agronegócio, diversas entidades do setor rural se uniram para criar o Ares (Instituto do Agronegócio Responsável), que foi lançado no dia 04 de setembro em São Paulo (SP). A criação do Ares foi antecipada por este blog no dia 05 de junho.

O Ares nasce com a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável, dando ênfase às atividades agropecuária e agroindustrial brasileiras por meio da geração e difusão de conhecimento e estruturação de canais permanentes de diálogo com os setores público, privado, além de organizações não governamentais e demais interessados em “sustentabilidade”.

O Instituto é formado pelos conselhos deliberativo, consultivo e fiscal. Quem preside o conselho deliberativo do instituto é o presidente da Abag e Abiove, Carlo Lovatelli. Os vice-presidentes são Assuero Veronez (CNA) e Antonio Jorge Camardelli (Abiec) e os membros Cesário Ramalho da Silva (presidente da SRB -), Christian Lohbauer (Abef), Márcio Lopes de Freitas (OCB), Marcos Jank (Unica), Cristiano Walter Simon (Andef) e Rodrigo Lima (Ícone).

O conselho consultivo tem como presidente Roberto Waack (Amata Brasil) e os membros ainda serão definidos. O conselho fiscal é presidido pela diretora da Abag e da Abag de Ribeirão Preto, Mônika Bergamashi e os membros são Marcelo Vieira (Brazilian Specialty Coffee) e Glauber Silveira (Aprosoja).

Para Carlo Lovatelli o empresariado brasileiro sempre respondeu de forma reativa aos problemas do agronegócio e agora, com a criação do Ares, “é hora de reagir.” O trabalho do instituto, que vem sendo desenvolvido há sete meses, mostrou em pesquisas que existem dez áreas do agronegócio brasileiro que têm problemas de sustentabilidade a serem resolvidos, mas inicialmente três foram escolhidas.

“As cadeias produtivas da cana-de-açúcar, carne e soja foram escolhidas em um primeiro momento porque registram demandas pontuais muito fortes à medida que sustentam um crescimento expressivo nas exportações e se tornam alvos de crítica do protecionismo internacional”, informa Lovatelli.

O Ares será mantido por associados fundadores, mantenedores, contribuintes e honorários, somando cerca de 19 entidades importantes do agronegócio brasileiro. São elas: Abag, AbagRP, Abef, Abia, Abiec, Abimilho, Abiove, Abipecs, Abrasem, Anda, Andef, Aprosoja, BSC, CNA, CNPC, Ícone, OCB, SRB e Unica.

Waack explica que o Instituto tem como um dos objetivos principais ampliar o diálogo entre as partes envolvidas no processo de desenvolvimento de um projeto de sustentabilidade e, desta forma, contribuir para a formatação de estratégias para o setor.

"Queremos identificar demandas existentes, pontos críticos e conflitos de interesse envolvendo estes setores e apresentar soluções. Ao mesmo tempo mostrar os pontos positivos do agronegócio brasileiro e rebater as críticas infundadas feitas pelo mercado internacional, trabalhando para que os problemas existentes sejam corrigidos".

A extensa agenda de trabalho do Ares irá priorizar inicialmente os seguintes temas:

1 - Questões trabalhistas e relacionadas à terceirização;

2 - Agricultura familiar, desalojamento econômico e segurança alimentar;

3 - Relacionamento com a Sociedade Civil organizada, ONGs, processos multistakeholders, rastreabilidade , verificação, certificação e selos;

4 - Conversão de ecossistemas;

5 - Impactos ambientais como GMOs, uso de agroquímicos e manejo de pragas , impactos no solo e plantio direto;

6 - Resíduos em alimentos e sanidade animal;

7 – Emissões de gases com efeito estufa , balanço energético e biocombustíveis;

8 – Ordenamento fundiário, legislação ambiental e monitoramento:

9 – Conflitos intra e inter SAGs, integração lavoura-pecuária e adição de valor;

10 – Comércio internacional e sustentabilidade.

"As ações prioritárias destes temas serão feitas por uma agenda positiva identificando pontos críticos e vulneráveis, organização de workshops fechados, implementação de estratégias de comunicação e produção de um estudo que será publicado dentro de dois meses com um glossário de termos da sustentabilidade”, destaca Waack.

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