quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Produtor rural lê jornais, mas não toma decisões com base neles

O produtor rural lê jornais, mas não costuma tomar decisões com base neles, diferentemente de outros atores da cadeia produtiva do agronegócio, como, por exemplo, fornecedores, beneficiadores, distribuidores, que balizam suas decisões, de acordo com informações publicadas na mídia.

Foi o que destacou o jornalista Carlos Raices na palestra "O Jornalismo no Agronegócio", durante seminário do programa de agronegócios PENSA-USP, realizado dia 28 de setembro, na Faculdade de Economia e Administração da Universidade, na cidade de São Paulo. Raices tem extensa trajetória na cobertura jornalística do agronegócio e atualmente é diretor-adjunto de Projetos Editoriais do jornal "Valor Econômico".

Segundo ele, que usou como base de dados a pesquisa "O papel do jornal impresso para a informação do agente do agronegócio", elaborada pela jornalista do Cepea, Ana Paula da Silva, os produtores têm interesse em notícias relacionadas a mercado e comercialização, tecnologia, políticas públicas e meio ambiente, respectivamente.

De acordo com Raices, em termos de fontes de informação consultadas pelos produtores, o estudo aponta a Internet, o contato pessoal, revistas, jornais e rádio, também pela ordem.

O jornalista ressaltou que os assuntos com maior apelo na mídia que cobre o agronegócio daqui para frente serão agroenergia, sustentabilidade, créditos de carbono, meio ambiente, transgênicos, sanidade, rastreabilidade, negociações internacionais, relação com os consumidores, entre outros.

Na avaliação de Raices, o jornalismo impresso dedicado ao agronegócio, assim como o jornalismo impresso em geral, precisa se reinventar. Isso porque, no caso do agro, os jornais não poderão, mais, por exemplo, ficar dando cotações - papel esse que cabe e caberá a Internet.

O futuro, frisou Raices, passa pelo jornalismo impresso que trace cenários, aponte tendências, a partir do entendimento do presente. De acordo com o jornalista, as matérias nos jornais terão que ser mais profundas, didáticas, que promovam diálogo com os leitores.

Para Raices, o diferencial para a mídia rural do interior do País está na regionalização da cobertura jornalística. "Eles precisam parar de querer imitar os veículos de comunicação dos grandes centros."

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