quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Agronegócio fica de fora do índice de sustentabilidade empresarial da Bovespa

O agronegócio ficou de fora da nova carteira de ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O ISE é um indicador composto de ações emitidas por empresas que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social.

O AgroResponsável sustenta o posicionamento que o agronegócio ficou de fora do ISE mesmo observando que Perdigão, Sadia, Aracruz, Suzano e VCP estão listadas no índice. O que acontece é que Perdigão e Sadia aparecem como empresas de "carnes e derivados". Por sua vez, Aracruz, Suzano e VCP foram alocadas na categoria "papel e celulose".

O blog observa que estas empresas têm raízes no agronegócio, têm como base do seu "core business" o uso da terra (eucalipto), a pecuária, avicultura, suinocultura. Mas o AgroResponsável analisa também, que conforme a empresa de origem rural adiciona valor à sua produção, como as cinco citadas, ela já não é mais percebida como do agronegócio e sim como pertencente a outros segmentos.

Seria uma questão de conceituação? O blog não saberia responder. Convida seus leitores a se manifestarem. Mas uma coisa é certa. Esta ruptura em termos de titulação do segmento, de terminologia, que substitui o agronegócio por outros termos ou sequer faz alguma alusão ao agro é prejudicial à imagem e reputação do setor, que tem como maior desafio justamente crescer de forma sustentável.

Ou seja, equilibrando o economicamente viável, com o socialmente justo e o ambientalmente adequado. É certo que se algumas destas empresas fossem categorizadas como do "agronegócio", como de fato são, nem que seja em sua origem, seriam exemplos claros para o setor de que é diferencial competitivo investir em responsabilidade socioambiental (a mensagem-chave deste blog). Este fato poderia servir de impulso a que outras empresas do setor almejassem entrar no índice, o que seria favorável à toda atividade.

O ISE

A nova carteira do ISE vigora até o dia 30 de novembro de 2008 e reúne 40 ações emitidas por 32 empresas, que totalizam R$ 927 bilhões de valor de mercado. Esse montante corresponde a 39,6% da capitalização total da Bovespa, que atualmente é de R$ 2,3 trilhões.

As participantes da nova carteira do ISE foram selecionadas dentre as 62 empresas que responderam ao questionário desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVCes) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) e enviado às 137 companhias emissoras das 150 ações mais líquidas da Bovespa.

Conceito e metodologia

O ISE, criado em dezembro de 2005, foi formulado com base no conceito internacional Triple Botton Line (TBL) que avalia, de forma integrada, elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros. Aos princípios do TBL, foram adicionados outros três indicadores: governança corporativa, características gerais e natureza do produto.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Programa de recuperação de matas ciliares da Bunge já plantou 12 mil mudas em SC

A Bunge Alimentos mantém desde 2005 um programa de recuperação da vegetação de florestas ciliares na região da Bacia do Vale de Itajaí (SC). Batizada de Programa de Recuperação Ambiental (PRA), a iniciativa é realizada em parceria com a Universidade Regional de Blumenau, por meio do IPA – Instituto de Pesquisas Ambientais -, bem como também conta com participação de comunidades locais.

Entre os principais objetivos da ação, destacam-se a recuperação de áreas degradadas às margens do Rio Itajaí-Açu e seus efluentes, além de pesquisa de técnicas de recuperação de ambientes fluviais mais eficientes e menos onerosos para estimular a recuperação dessas áreas.

O projeto inclui um viveiro para a produção de até 100 mil espécies nativas por ano. Para abastecer a produção de mudas, em 2006, foram coletadas 572.539 sementes e geminadas 58.550. Foram doadas mais de 18 mil mudas e plantadas mais de 12 mil. De uma área total de 101.575 m², 45.075 m² foram destinados à plantação e 12.225 m² para pesquisa.

Para a recuperação das matas ciliares, são desenvolvidas atividades de capacitação de professores, produtores rurais e comunidade, totalizando cerca de 2.500 pessoas só no ano de 2006. Dessas ações, resultaram projetos escolares, desenvolvidos pelos professores.

A Bunge pretende encerrar 2007 com algumas metas do projeto alcançadas, tais como: diversificar o banco genético das espécies, atingir o número de 150 matrizes para as 30 espécies atuais, aumentar o aproveitamento de sementes coletadas de 9% para 25%, elevar a produção de mudas e o plantio, inaugurar uma nova unidade de pesquisa (de três para quatro) e firmar até 12 parcerias, entre outras ações.

Selo vai certificar socioambientalmente a produção rural brasileira

Foi lançado na semana passada na cidade de Marianópolis (TO), o selo Origine, destinado à certificar socioambientalmente a produção rural brasileira. O certificado será concedido para propriedades legalizadas e adequadas a procedimentos padronizados nos cuidados sanitários, no manejo alimentar e no controle de qualidade genética.

Segundo nota da "Agência Brasil", o idealizador do selo, o pecuarista Júlio Resende, acredita que além de melhorar a qualidade dos produtos agropecuários, a iniciativa vai ampliar as possibilidades de mercado. "O Origine é um selo que tem preocupações sociais e ambientais com uma âncora econômica. Ele vem estimular a multifuncionalidade das fazendas, para que elas conheçam e potencializem novas oportunidades de negócio", diz.

Outros benefícios para os produtores que receberão o selo, segundo Resende, serão a modernização das práticas rurais e a melhoria no armazenamento de dados. "O [produtor que tiver o certificado] selo vai conectar via satélite todas as fazendas participantes para que compartilhem informações. Isso também vai proporcionar mais visibilidade para a produção brasileira no exterior", explica.

Um dos pilares defendidos pelo criador do selo é a produção com responsabilidade ambiental. "O Origine vai estabelecer um modelo de produção baseado na gestão dos recursos naturais e na conservação da biodiversidade. A idéia é promover a sensibilização de todos os envolvidos para desenvolver alternativas econômicas sustentáveis por meio de melhores práticas de manejo para fauna e flora", destaca.

Para demonstrar as características necessárias para a certificação, uma fazenda modelo foi criada em Marianópolis. A propriedade rural, voltada para atividades pecuárias, servirá como modelo do desenvolvimento de práticas do projeto.

De acordo com Resende, as instalações da fazenda têm recebido adaptações desde o ano 2000 para orientar os interessados em adquirir o selo. Ele informa ainda que vários laboratórios de pesquisa já estão em funcionamento na propriedade, que recebeu cerca de 15 milhões de euros em investimentos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Congresso em Cuiabá destaca força da comunicação para expressão da responsabilidade socioambiental do agronegócio

Cuiabá sedia na próxima semana, dias 22 e 23 de novembro, o EcoCentroOeste, que irá destacar a força da comunicação para expressão da responsabilidade socioambiental, especialmente no agronegócio.

Organizado pela Ambiente Global – Comunicação, Eventos & Sustentabilidade, o evento, voltado para profissionais ligados à comunicação e meio ambiente, tem como objetivo dar a seus participantes uma visão global sobre o tema, abrangendo desde o gerenciamento interno das informações, até a adequação de publicações para o público externo.

Segundo ressalta Beth Fernandes, consultora e responsável pela programação do congresso, "para que não restem dúvidas sobre o papel da comunicação na implantação de políticas de desenvolvimento sustentável, nenhuma política terá sucesso se não for fundamentada no relacionamento, no conhecimento e atendimento das expectativas de todas as partes interessadas”.

“O Centro-Oeste é talvez a região que mais se desenvolve hoje no Brasil, está no foco das atenções devido ao aquecimento do agronegócio, inclusive com o advento dos biocombustíveis”, acrescenta Fernandes.

A programação prevê painéis sobre as normas ISO 26000 (guia de diretrizes de Responsabilidade Social, que está sendo redigida por um comitê formado por mais de 70 países, e tem como presidente um brasileiro, Jorge Cajazeira), e a ISO 14063 (voltada especificamente para os princípios que devem reger a comunicação ambiental, publicada em 2006).

* Para mais informações: www.ambienteglobal.com.br

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Fundação Monsanto investe US$ 581 mil em novas ações ambientais

A Fundação Monsanto disponibilizou US$ 420 mil para o Earthwatch Institute, organização voluntária internacional que apóia a pesquisa científica e oferece ao público em geral oportunidades de trabalhar junto a grandes cientistas e pesquisadores de campo.

Já outro aporte, desta vez de US$ 161 mil foi para o Fundo para Conservação da Onça-Pintada, entidade parceira da empresa que, em 2006, já havia recebido US$ 83 mil para o início do trabalho de pesquisa e preservação da onça-pintada, uma das espécies de carnívoros mais ameaçadas de extinção no País.

Fonte: Cultivar

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Aliança BioCerrado vai atuar pela sintonia entre conservação e atividades produtivas no Cerrado brasileiro

Foi lançada no dia 31 de outubro, em São Paulo, a Aliança BioCerrado, iniciativa das ONGs Conservação Internacional e Oréades com a Bunge. A Aliança nasce com a proposta de atuar na conservação do Cerrado brasileiro por meio da adoção de boas práticas de uso sustentável dos recursos naturais do bioma. Segundo os parceiros, o trabalho será desenvolvido via projetos de campo que integrem a conservação a atividades produtivas.

O objetivo será implementar um programa de atividades coordenadas para conservar a biodiversidade, garantir a manutenção e resgatar os serviços ambientais, além de promover padrões de sustentabilidade ambiental para os negócios no Cerrado.

Cerrado

Considerada a savana tropical mais rica do mundo, com até 12 mil espécies de plantas, o Cerrado é também a principal região agrícola do País, concentrando 35% da produção nacional. A extensa transformação do bioma para atividades produtivas, no entanto, fez com que poucas paisagens se mantivessem intocadas. Mais de 55% da área original do Cerrado já foi desmatada e somente 5,5% de seus remanescentes estão sob algum tipo de proteção.

“Qualquer estratégia de conservação da biodiversidade e dos recursos naturais deve, necessariamente, envolver os proprietários rurais e empresas do setor privado que atuam na região, já que as áreas protegidas públicas não são suficientes para conservar os hábitats remanescentes”, destaca o diretor do Programa Cerrado-Pantanal da CI-Brasil, Ricardo Bomfim Machado.

Para Renato Moreira, da Oréades, a parceria da ONG com empresas do agronegócio credita as ações que buscam sustentabilidade perante os produtores rurais, os quais são fundamentais para manter em boa qualidade os recursos naturais do Cerrado.

Conheça as vantagens de trabalhar em empresas socialmente responsáveis

É certo que, se pudessem sempre escolher onde trabalhar, as pessoas optariam pelas empresas com gestão sustentável e que implementam ações de responsabilidade social. Porém, você realmente conhece o motivo que faz dessas companhias lugares melhores para se trabalhar?

Segundo a responsável pela comunicação da consultoria Apoena Social, Raquel Sabrina, o público interno é o primeiro a ser beneficiado pela mentalidade "responsável" do empregador, principalmente no que se refere ao desenvolvimento profissional e humano.

A empresa que preza pela sustentabilidade costuma ter, entre suas regras de atuação, o respeito pelas leis trabalhistas, pelos funcionários e suas famílias, pela comunidade na qual está inserida, por clientes, fornecedores e pelo meio ambiente.

Marca

Na avaliação da sócia da consultoria Apoena Social e professora da ESPM Andrea Goldschmidt, vale a pena trabalhar em empresas socialmente responsáveis por causa da marca mesmo. "A imagem dessas companhias costuma ser positiva, graças ao respeito ao ser humano, o que acaba favorecendo a carreira do profissional", explica.

Durante um evento sobre responsabilidade social realizado pela Apoena Social para a imprensa, no dia 30 de outubro, em São Paulo, Andrea citou um caso que presenciou ao longo de sua experiência com empresas e enfatizou que existe a contrapartida: pessoas que se recusam a trabalhar em determinadas empresas, ou porque não concordam com a filosofia da corporação ou não querem ter o currículo "manchado", por conta do ramo de atuação.

* Com informações do InfoMoney