quinta-feira, 13 de março de 2008

Ares apresenta diagnóstico da sustentabilidade do agronegócio brasileiro

O Ares, Instituto para o Agronegócio Responsável, divulga dia 19 de março (quarta-feira), a partir das 11h, no Hotel Maksoud Plaza, na cidade de São Paulo, as principais conclusões dos dois primeiros estudos elaborados pelo instituto: "Sustentabilidade no Agronegócio Brasileiro – uma análise exploratória qualitativa" e "Governança socioambiental dos sistemas agroindustriais".

O Ares surgiu em setembro de 2007 com o objetivo de promover conhecimento sobre a sustentabilidade do agronegócio e abrir canais de diálogo com os principais públicos estratégicos do setor. Na ocasião também será lançado o site do instituto.

Sobre o Estudo: "Diagnóstico sobre a sustentabilidade de 10 cadeias do agronegócio"

O estudo, de autoria de Roberto Waack, Samuel Giordano, Fátima Cardoso e Daniela Bacchi Bartolomeu, é uma ferramenta que irá orientar a estratégia do Ares quanto a prioridades para a geração de conteúdo.

A pesquisa identificou demandas, pontos críticos e iniciativas de cada uma das dez cadeias do agronegócio: algodão, milho, soja, bovinos, frango, suínos, café, cana, citros e florestas plantadas. O diagnóstico inicial sobre a sustentabilidade dessas cadeias considera os aspectos ambiental, social e econômico, com base na percepção das suas lideranças.

Com relação ao Sistema Agroindustrial da carne bovina, por exemplo, produto que está na berlinda em função da suspensão das importações por parte da União Européia, destacam-se os seguintes aspectos: os problemas relativos à sustentabilidade são trabalho escravo, desmatamento e problemas sanitários.

Um dos principais problemas institucionais identificados são as restrições de comércio internacional por meio de barreiras sanitárias. O fato de o Brasil ser competitivo na produção de carne, a ponto de conseguir ter acesso a mercados altamente taxados, faz com que a Europa acuse o País de dumping.

Ao contrário do mercado internacional, o consumidor interno não apresenta restrições. Por aqui, a população ainda está ligada ao preço da carne e à possibilidade de consumo. Entretanto, observa-se um movimento restrito à pequena parcela da população de renda superior, de preocupação com questões socioambientais, como os consumidores orgânicos. Conseqüentemente, o mercado externo é o grande motor impulsionador das mudanças no sistema produtivo no SAG da pecuária de corte.

Há dificuldades no cumprimento de algumas legislações e isso está diretamente relacionado à falta de fiscalização e de informação sobre as leis existentes (ambiental, social e fundiária) e obrigatoriedade do cumprimento. A estrutura pulverizada e informal do setor dificulta a divulgação de dados e estatísticas confiáveis, prejudicando estudos e acompanhamento do mercado, análise de tendência, etc.

A falta de organização do SAG da carne bovina reflete negativamente nas questões sociais, especialmente naquelas ligadas ao emprego da mão-de-obra na fazenda. Programas de responsabilidade socioambiental são incipientes no SAG da pecuária de corte e estão concentrados nos frigoríficos.

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