terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Só o conhecimento desmistificará o conceito que a Amazônia é intocável

No tocante à polêmica do embargo da UE à carne bovina brasileira, destacamos que rastreabilidade nada mais é do que responsabilidade, com processos e produtos, em favor das pessoas. Se isso já tivesse sido entendido, a polêmica talvez nem existiria.

D
esmatamento na Amazônia e embargo da União Européia à carne bovina brasileira. Estes fatos são as duas principais polêmicas do agronegócio brasileiro neste começo de ano. No ponto de vista deste blog, no caso da Amazônia, é ineficaz o agronegócio se amparar na discussão se é juridicamente legal ou ilegal desmatar ou ter destamatado, sob o guarda-chuva de governos anteriores, na região. Seja no bioma, seja na porção de terras chamada Amazônia Legal.

Isso porque é uma daquelas discussões que podemos chamar de ingratas. Pode ser legal juridicamente desmatar tantos por cento na Amazônia, mas será que para a sociedade é uma ação moral?

O fato é que frente à "Opinião Pública" formada no meio urbano, que, novamente o AgroResponsável reitera, querendo ou não, é o extrato da população ouvido pela mídia, ou seja, a parcela de pessoas que norteia escolhas e decide, o agronegócio não pode usar a Amazônia, mesmo que em projetos de caráter sustentável. Ao menos, não nesse momento. Hoje, mexer na floresta é algo visto como errado, que vai de encontro ao que é legal e acima de tudo ao que é ético e moral.

O agronegócio precisa entender isso. Como, por exemplo, "combater" equívocos de uma mensagem-chave do maior banco do País, disseminada a torto e a direta nos maiores meios de comunicação, que afirma que o equilíbrio do clima no mundo depende da Amazônia. Um desafio e tanto, não é mesmo? Um desafio que somente será vencido com ação e informação. Ação que impeça o desmatamento na Amazônia concomitantemente a campanhas de informação que mostrem que é viável e necessário fazer da floresta um espaço de produção sustentável. Até para as pessoas que lá vivem.

É preciso desmistificar o conceito que a floresta é intocável. Porém, neste momento, ela tem que ser compreendida pelo agronegócio como intocável sim. Esse quadro só poderá ser mudado depois que a mensagem-chave, que é possíver desenvolver projetos sustentáveis na Amazônia, for maciçamente disseminada e percebida pela "Opinião Pública". Se estas duas ações não ocorrerem simultaneamente, o agronegócio continuará sendo visto como o vilão da história.

No caso do embargo da UE à carne bovina brasileira, salvo as questões protecionistas e técnicas, relativas ao melhor método de rastreabilidade, a questão aqui também é responsabilidade. Por que rastreabilidade nada mais é do que responsabilidade, com processos e produtos, em favor das pessoas, sejam consumidores, funcionários das fazendas ou dos frigoríficos, comunidades ao entorno destes estabelecimentos.

Em relação a todos estes itens, o agronegócio da pecuária patina significativamente, haja vista que nem em temos econômicos, um dos vértices da sustentabilidade, o segmento ainda se encontrou. Que o digam as negociações entre pecuaristas e frigoríficos. Se internamente não nos entendemos, quiçá junto a autoridades e consumidores internacionais.

Um comentário:

Unknown disse...

REI MORTO, REI POSTO.
Hoje, 20.02, a ADVB Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil fez uma justa e merecida homenagem ao ex-ministro Roberto Rodrigues, premiando o brilhante engenheiro agrônomo como LIDER EMPRESARIAL NACIONAL DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Lamentavelmente poucas lideranças empresariais paulistas compareceram. Os presidentes da FIESP, FECOMERCIO, ACSP e BOVESPA não foram cumprimentá-lo. Só Cesário Ramalho da SRB, e Fabio Meirelles da FAESP estavam presentes.